Por Miguel Setembrino Emery de Carvalho
(Presidente do Conselho Consultivo do SECOVI/DF)
O site da BBC Brasil retomou um assunto recorrente em se tratando do mercado imobiliário brasileiro: estamos ou não na iminência de estouro de uma bolha? O aquecimento do mercado imobiliário em cidades como São Paulo e Rio, com aumento nos preços e na oferta de imóveis, levanta preocupações de que exista uma eventual “bolha imobiliária” em cidades brasileiras. É possível que haja uma sobrevalorização nos preços, que poderiam cair repentinamente se a eventual bolha “estourar”?
Autoridades e especialistas brasileiros descartam a hipótese. Nos últimos 12 meses, o aumento dos preços do metro quadrado em 16 capitais foi de em média 12,3%, segundo o índice da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Em Curitiba, esse aumento chegou a 26,8%; em São Paulo e Rio, 13,7% e 15,3%, respectivamente.
Dados do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP) apontam que o número de novas unidades de imóveis cresceu 46% e as vendas subiram 63% neste primeiro semestre, no estado. “Em conversas com Banco Central, Caixa Econômica Federal e Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário) descartamos completamente a hipótese de uma bolha aqui”, argumenta Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, alegando que o aumento de preços acompanhou o crescimento econômico do país e, no momento, reflete os custos mais altos de terreno e de mão de obra e matéria-prima.
Segundo Petrucci, o que está acontecendo no mercado imobiliário brasileiro está dentro da normalidade. “Nos EUA, mais do que uma crise imobiliária, houve uma crise de papéis (em referência à comercialização, no mercado financeiro, de títulos de hipotecas que se revelaram ‘podres’, gerando a crise do subprime). Aqui, a geração de emprego e renda continua positiva, o financiamento segue abundante e barato e temos uma população economicamente ativa grande, apta a comprar imóveis”, afirma.
As taxas de financiamento imobiliário não superam os 10,5% ao ano – pouco acima da atual taxa básica (Selic), de 9%. O sistema de crédito imobiliário continua abundante e o estoque de imóveis não vendidos está equilibrado.
O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, declarou, recentemente, que não vê perigos de uma bolha imobiliária porque a demanda por imóveis se mantém consistente no país.
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