Tudo que é sólido se desmancha no ar

  • 19 de dezembro de 2014

Miguel Setembrino E. de Carvalho – presidente do Conselho Consultivo do SECOVI/DF

A alusão feita, a grosso modo, à obra de Milan Kundera, veio-me a cabeça ao lembrar dos primórdios do governo Agnelo quando, vassoura nova, prometia mundos e fundos não só à sociedade, mas também ao setor produtivo, descrevendo uma Brasília de paraíso bíblico, onde maná cairia do céu e leite e mel correriam pelo Planalto como rios caudalosos.

O então recém eleito governador, no melhor estilo esquerda socialista moderna, convocou a todos para que juntos assumissem a tarefa de bem governar o Distrito Federal, no que de pronto contou com a boa vontade geral, haja vista a eterna disposição do povo brasileiro, e do brasiliense em particular, de se alinhar com boas e justas causas.

Foi com esse espírito colaborativo que implantou-se aqui no DF as PPP’s, ou  Parcerias Público Privadas, que como supõe-se objetivam uma interação entre o governo e a iniciativa privada, visando o desenvolvimento e implantação de projetos e obras que melhorem a vida de todos nós, ajudando a desonerar a carga tributária tanto das empresas quanto dos contribuintes e proporcionando maior agilidade ao governo para o atendimento das demandas.
Nesta onda de mútua compreensão, governo e segmento imobiliário resolveram tirar da prancheta o projeto de viabilização do tão sonhado Setor  Noroeste, última projeção disponível no Plano Piloto, prevista no plano de urbanização Brasília Revisitada de Lúcio Costa e que se configuraria em um marco da indústria imobiliária local, uma vez que seria um exemplo de concepção urbanística arrojada com pitadas revolucionárias de sustentabilidade e qualidade de vida.

Na prática, o governo entraria com as obras de infraestrutura previstas para o setor e a iniciativa privada cuidaria dos demais aspectos, incluindo também participação nos serviços de urbanização do local. Mas, como não poderia deixar de ser, em se tratando de Brasil e Brasília, a PPP para a conclusão e entrega do Noroeste fez água…e barro…e poeira…e escuridão…e insegurança…e, principalmente, descaso mesclado com incompetência.

Infelizmente, as mazelas desabaram sobre as cabeças dos pobres incautos que resolveram morar no Setor Noroeste e hoje vivem o oposto do que aspiravam quando para lá se mudaram. Nada do que foi prometido lhes foi entregue: a qualidade de vida transformou-se em angústia e decepção, e aquele que lhes garantiria a infraestrutura mínima necessária: o governo? Desmanchou-se no ar!

 

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