O Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi) calcula que, com a entrada em vigor da nova Lei do Inquilinato, a inadimplência na locação de imóveis caiu cerca de 25% no DF. Mudança que se explica mais por um efeito “psicológico”, segundo empresários do segmento, uma vez que o Poder Judiciário não se adaptou às novas regras. Mas o setor se mostra otimista quanto aos desdobramentos que devem ocorrer no mercado nos próximos meses, depois de os juízes e a sociedade se habituarem às mudanças aprovadas em 2009 e oficializadas em 25 de janeiro deste ano.
O vice-presidente do Secovi-DF, Ovídio Maia, prevê uma demora de dois a três anos para a lei funcionar plenamente. Maia comenta que no DF há carências de dados precisos sobre o número de ações em andamento na Justiça com questões imobiliárias. “É assim porque não temos ainda uma vara judiciária especializada nesse tipo de processo. Apesar disso, faço uma estimativa que o número de ações de despejo caiu pelo menos uns 25%”, calcula.
Na opinião do dirigente do Secovi, há mais fatores a serem comemorados do que a lamentar a respeito da Lei do Inquilinato. “Ela vai incentivar a se adotar um comportamento preventivo, tanto por parte das empresas quanto dos inquilinos. A tendência será a de evitar os conflitos”, acredita.
Empresário do ramo imobiliário, Robson Moll elogia esse efeito que a legislação provocou. “Vários proprietários de imóveis que estavam fechados estão retornando suas propriedades ao mercado de locação. A demanda aumentou”, analisa. Moll diz que notou uma queda na inadimplência entre os inquilinos que alugam imóveis na sua imobiliária. “Só o fato de eles saberem que agora é mais fácil o despejo leva muitas pessoas a serem mais pontuais no pagamento. Neste ano ainda não precisei mover nenhuma ação de despejo”, diz.