Mariana Branco – Correio Braziliense
O evento será aberto amanhã e a maioria dos imóveis – 13 mil dos 18 mil disponíveis – se enquadra no programa do governo federal para quem ganha até 10 salários mínimos. A meta é movimentar R$ 600 milhões
Carlos Moura/CB/D.A Press
Em Águas Claras, o preço dos imóveis supera o limite do programa habitacional do governo, mas ainda assim haverá linha de crédito para os interessados
Evento que costuma fazer a festa de imobiliárias e construtoras, o Feirão da Casa Própria da Caixa Econômica Federal abre a sexta edição em Brasília amanhã trazendo um enfoque diferente em relação aos anos anteriores. A maior parte dos imóveis oferecidos —13 mil de 18 mil — se encaixa no perfil do Minha Casa, Minha Vida, programa do governo federal que objetiva facilitar o acesso à casa própria para quem ganha até 10 salários mínimos. A estratégia adotada para o DF reproduz o perfil que a feira assumiu a nível nacional em 2010. Nas 12 cidades em que está sendo realizada, ela oferece 450 mil unidades habitacionais, das quais 200 mil são destinadas a famílias de baixa renda. O Feirão acontece no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade e vai até este domingo.
De acordo com a superintendente regional da Caixa em Brasília, Leane Cardoso Mundim, o objetivo é reproduzir nos dias do Feirão o sucesso em financiamentos que o programa vem alcançando no dia a dia. No primeiro quadrimestre deste ano, a instituição liberou R$ 1,1 bilhão em crédito imobiliário no DF, valor 164% superior ao que foi emprestado no mesmo período de 2009. A maior parte desses recursos, 46,7%, destinou-se a financiar unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. Além do volume emprestado, cresceu a quantidade de imóveis negociados via Caixa Econômica, de 4.721, nos quatro primeiros meses do ano passado, para 15.480 de janeiro a abril deste ano, alta de 227%. Novamente, o principal responsável foi o programa governamental, com 52,4% das unidades vendidas até 30 de abril de 2010.
“A política vem dando certo e vamos aproveitar a feira para impulsionar”, diz Leane Mundim. Ela acrescenta que, como as unidades oferecidas terão, preferencialmente, custo que atenda às faixas de renda(1) contempladas pelo Minha Casa, Minha Vida, a localização da maior parte delas é longe do Plano Piloto, sendo que algumas ficam além das fronteiras do DF. “A maioria dos imóveis fica em cidades que têm empreendimentos do programa, como Samambaia, Ceilândia, Valparaíso (GO), Cidade Ocidental (GO)”, enumera a superintendente regional.
Isso não significa, no entanto, que o Feirão da Casa Própria não terá imóveis de maior valor. Quem pode e deseja comprar casa ou apartamento com valor acima dos financiados pelo programa de habitação encontrará opções principalmente em Águas Claras, atualmente o maior canteiro de obras do Distrito Federal. Há, ainda, unidades espalhadas de forma pulverizada por outras áreas do DF de ocupação já consolidada, como Asa Norte, Asa Sul, Sobradinho e outras. O Setor Noroeste, ainda em fase de implantação, terá três empreendimentos na planta em exposição, com apartamentos de três e quatro quartos custando a partir de R$ 500 mil. Ao todo, serão 87 expositores entre construtoras, imobiliárias e cartórios. Este ano, o evento pretende movimentar pelo menos R$ 600 milhões.
Lucros
O presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Adalberto Valadão, afirma que o Feirão da Casa Própria é o evento mais lucrativo do ano para o setor. “É vantagem também para o consumidor, que encontra toda a estrutura de que precisa em um lugar só, pode obter boas condições, negociar com tranquilidade”, disse.
De acordo com Carlos Hiram Vargas, presidente do Sindicato das Empresas de Compra e Vende de Imóveis Residenciais do DF (Secovi-DF), diversas imobiliárias e incorporadoras locais estão investindo em imóveis na faixa de R$ 200 mil, que se enquadram no perfil do Minha Casa, Minha Vida, especialmente para revendê-los nos dias de Feirão. “Nos três dias de evento, as empresas faturam mais do que em um mês inteiro”, conta.
O presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) recomenda atenção a quem pretende aproveitar o Feirão para realizar o sonho da casa própria. Ele diz que, em geral, a Caixa Econômica pede garantias e certidões negativas de construtoras e proprietários quando vai financiar um imóvel. No entanto, no caso de a compra ser feita sem a instituição, ele aconselha o consumidor a pedir orientação a advogados. No caso específico de imóveis provenientes de leilão, é preciso verificar se estão desocupados e o estado de conservação.
Financiamento
O programa tem linhas de empréstimos para três faixas de renda familiar: até três salários mínimos (R$ 1.530), de 3 a 10 salários (R$ 1.530 a R$ 5.100) e acima de 10. Subsídios, comprometimento da renda, número de prestações e valor do imóvel são diferentes para cada uma delas. O valor máximo para financiamento de imóveis novos é de R$ 130 mil. Mais informações podem ser obtidas no site www.minhacasaminhavida.gov.br
Fique atento
O que levar para o Feirão:
» Identidade
» CPF
» Três comprovantes de renda mais recentes
» Um comprovante de residência
Local: Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade
Data: 21 a 23 de maio
Horário: Das 10h às 20h (dia 23, das 10h às 18h)
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