Setor imobiliário ensaia recuperação; clientes aproveitam taxas baixas

  • 9 de julho de 2020

Com o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil e as medidas de isolamento social adotadas, diversos setores comerciais foram impactados. Um deles é o mercado imobiliário. Com as empresas de portas fechadas e as pessoas em casa, as negociações estagnaram por um tempo. Segundo dados da Secretaria de Economia do DF, a arrecadação do setor no 2º bimestre de 2020 caiu cerca de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Porém, há perspectiva positiva à vista. Com as medidas da Caixa Econômica Federal para facilitar os investimentos e as taxas de juros baixas, o mercado ensaia uma recuperação. Em maio, os preços de apartamentos em Brasília ficaram na faixa de R$ 9.535/m², valor 0,4% menor do que no mês anterior. Já os valores médios de aluguéis caíram 1,4%, saindo de R$ 2.728/mês, em abril, para R$ 2.689/mês em maio. Os dados são do Relatório de Mercado da ImovelWeb. Representantes do setor estão otimistas e reinventaram maneiras para atenderem aos clientes. Eles acreditam em uma recuperação nos próximos meses.

Com o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil e as medidas de isolamento social adotadas, diversos setores comerciais foram impactados. Um deles é o mercado imobiliário. Com as empresas de portas fechadas e as pessoas em casa, as negociações estagnaram por um tempo. Segundo dados da Secretaria de Economia do DF, a arrecadação do setor no 2º bimestre de 2020 caiu cerca de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Porém, há perspectiva positiva à vista. Com as medidas da Caixa Econômica Federal para facilitar os investimentos e as taxas de juros baixas, o mercado ensaia uma recuperação. Em maio, os preços de apartamentos em Brasília ficaram na faixa de R$ 9.535/m², valor 0,4% menor do que no mês anterior. Já os valores médios de aluguéis caíram 1,4%, saindo de R$ 2.728/mês, em abril, para R$ 2.689/mês em maio. Os dados são do Relatório de Mercado da ImovelWeb. Representantes do setor estão otimistas e reinventaram maneiras para atenderem aos clientes. Eles acreditam em uma recuperação nos próximos meses.

De acordo com o presidente do Sindicato de Habitação do DF (Secovi/DF), Ovídio Maia, março e abril foram os meses mais impactados pela pandemia do novo coronavírus, mas o saldo acumulado até o momento ainda é positivo. “O isolamento social pegou todo mundo de surpresa, mas os dois primeiros meses do ano foram muito produtivos. Por isso, o reflexo da crise não foi maior”, diz. Ele considera que a pandemia acelerou um processo de renovação entre as empresas do ramo imobiliário, uma vez que a procura por imóveis na internet aumentou. “Alguns grupos estão investindo em drones e fotografias melhores para os sites. A negociação e a assinatura de contrato, entre outras coisas, passaram a ser digitais. Já era uma tendência, a pandemia apenas acelerou isso”, afirma.

Hugo Noli, 27 anos, administra uma empresa imobiliária em Brasília e afirma que, inicialmente, suspendeu as visitas aos imóveis, mas também percebeu um aumento nas buscas pela internet. “Nossos anúncios já eram realizados em portais e redes sociais. Como a maioria dos clientes está em casa, o acesso à internet se tornou maior”, explica. Ele acredita que o futuro ainda é incerto, mas há uma expectativa de estabilização do ramo. “O mercado imobiliário possui diversas variáveis que impactam positivamente ou negativamente o setor. A expectativa é que a demanda aumente, assim como o reaquecimento do mercado”, explica.

Ovídio acredita que o mercado terá uma boa recuperação nos próximos meses, pois é perceptível um aumento na procura por novos imóveis. “Como as famílias estão mais tempo em casa e se deslocando menos para o trabalho, houve uma maior procura por casas mais confortáveis e uma valorização das cidades satélites. Entendemos que o resultado é abaixo do que era esperado, mas, ainda assim, positivo”, garante. Ele ainda considera que o momento é favorável a quem quiser investir em um imóvel.

Momento para investir

O Indicador de Velocidade de Vendas (IVV) de maio mostra que o segmento residencial disparou. O índice de 9,1% é o maior registrado em seis anos para o período. Os dados indicam que o estoque de unidades residenciais vazias caiu de 2.673, em abril, para 2.423, em maio. Segundo o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Adalberto Júnior, o alto índice está relacionado ao aumento da procura e diminuição nas ofertas. “Alguns lançamentos que estavam marcados para junho foram adiados devido à pandemia. Isso, somado ao aumento da procura por imóveis, fez o IVV ficar acima do esperado em maio”, explica.

Maria José Barbosa, 48, aproveitou o momento para iniciar o financiamento de um imóvel. “Há mais de um ano eu procurava um aluguel no Guará, só que os valores eram muito altos. Com as medidas de financiamento adotadas por causa da pandemia, achei um local que atendia às minhas necessidades e estava com um preço mais acessível”, diz. A vendedora antes morava no Riacho Fundo I e afirma que, apesar de temer as reduções de salários e instabilidades do momento, acredita que tudo vai passar. “Aproveitei a oportunidade para me mudar, mesmo não sendo possível ter 100% de segurança financeira. Como estou há muito tempo na mesma empresa, eu me senti um pouco mais segura para realizar esse investimento”, explica.

Maria foi uma das pessoas que encontrou o novo imóvel pela internet. “Eu e meu filho nos interessamos pelo condomínio por causa das fotos que encontramos on-line e do preço. Depois que escolhemos, marcamos uma visita com a imobiliária”, afirma. Ela ressalta que, durante a visita, todos os cuidados de higienização e distanciamento foram tomados e, após a ida ao apartamento, eles decidiram fechar o negócio. “Mesmo com toda a burocracia, demorou apenas uma semana para finalizarmos o processo. Seguimos todas as regras de mudanças do novo condomínio, mas, no geral, foi bem tranquilo”, diz.

Adalberto considera que o 2º bimestre do ano foi o período de adaptação do mercado à nova forma de consumir. “O cliente tinha uma maneira de comprar e, com o isolamento social, isso mudou, e tivemos que nos reinventar. As negociações e ofertas passaram a ser on-line e as visitas são feitas, geralmente, apenas a fim de confirmar o que foi visto pela internet” afirma. O impacto da crise, então, teria sido pontual e o mercado mostra sinais de recuperação. “Não acreditamos que o índice vá se manter tão alto, mas estamos otimistas”, revela. O vice-presidente do Sinduscon/DF ainda afirma que o momento é ideal para quem quiser financiar um novo imóvel e alerta que não continuará assim por muito tempo. “Como não temos previsão para os lançamentos, as ofertas vão diminuir e a procura tende a continuar forte. Logo, os preços tendem a subir. Quem estiver pensando em investir em um novo imóvel sugiro que faça isso o quanto antes”, conclui.

Antes de investir em um imóvel

Carlos Eduardo de Freitas, economista e ex-diretor do Banco Central, considera que o momento de taxas baixas é oportuno para novos investimentos, mas alerta para a importância de se programar e analisar as despesas. Ele afirma que é necessário considerar os seguintes pontos:

• Antes de financiar um imóvel, avalie se o preço condiz com a renda líquida. Desconte do salário despesas, como o cartão de crédito, água e luz. O financiamento não pode ultrapassar 40% do valor que sobrou. O ideal é mirar nos 30%, mas, caso a situação econômica não estiver tão segura, mire nos 20%

• Caso esteja passando por um momento de dificuldade financeira, espere. Não sabemos como o mercado reagirá nos próximos meses, então é melhor aguardar um momento melhor, mesmo com os juros tão baixos

• Se for financiar a compra de um imóvel, é preciso fazer uma poupança prévia. Já para o aluguel, como é uma despesa fixa, é necessário considerar a renda pessoal de cada um. Lembrando que não é um bom momento para se endividar

• Converse com outras pessoas antes de fechar um financiamento. Opiniões sempre são válidas

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